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VI. Palavras de Agur

301Palavras de Agur, filho de Jaces, de Massa. Oráculo do homem: Que fadiga, ó Deus,que fadiga inútil!2Eu sou o mais estúpido dos homens, e não tenho inteligência humana; 3não aprendi a sabedoria, nem cheguei a conhecer o Santo. 4Quem subiu ao céu, e de lá desceu? Quem encerrou o vento no punho? Quem amarrou o mar numa túnica? Quem fixou os limites do orbe? Qual é o seu nome, e o nome do seu filho, se é que o sabes? 5A Palavra de Deus é comprovada, ele é um escudo para quem nele se abriga: 6Não acrescentes nada às suas palavras, porque te responderá, e passarás por mentiroso. 7Duas coisas eu te pedi; não mas negues antes de eu morrer: 8afasta de mim a falsidade e a mentira; não me dês nem riqueza e nem pobreza, concede-me o meu pedaço de pão; 9não seja eu saciado, e te renegue, dizendo: “Quem é Iahweh?” Não seja eu necessitado e roube e blasfeme o nome de meu Deus. 10Não calunies o servo diante de seu patrão: ele te amaldiçoará, e serás castigado. 11Há quem amaldiçoa o pai e não abençoa a mãe; 12há quem se considera puro e não se lava de sua imundície; 13há gente de olhares altivos e de semblante altaneiro; 14há quem tem dentes como navalhas e queixos iguais aos punhais, para suprimir da terra os pobres, e os indigentes do meio dos homens. VII. Provérbios numéricos 15A sanguessuga tem duas filhas: “Traz, traz!” Três coisas são insaciáveis, e uma quarta jamais diz: “Basta!” 16O Xeol, o ventre estéril, a terra que não se farta de água, e o fogo que não diz: “Basta!” 17O olho que desdenha um pai e despreza a obediência à mãe, que os corvos o arranquem, e as águias o devorem. 18Há três coisas que me ultrapassam, e uma quarta que não compreendo: 19o caminho da águia no céu, o caminho da serpente na rocha, o caminho da nave no mar, o caminho do homem com a donzela.20Assim procede a adúltera: come, limpa a boca e diz: “Eu não fiz nada de mal!…” 21Por três coisas treme a terra, e a quarta não pode suportar: 22o servo que chega a ser rei, o louco farto de pão, 23a moça antipática que encontra marido, e a serva que herda da patroa. 24No mundo há quatro coisas pequenas, mais sábias do que os sábios: 25as formigas, povo fraco, que no verão assegura o alimento; 26os

arganazes, povo sem força, mas que moram nas rochas; 27os gafanhotos que não têm rei e marcham todos em ordem; 28as lagartixas, que se deixam apanhar pela mão, mas entram nos palácios do rei. 29Há três coisas de belo porte, e uma quarta de belo andar:30o leão, o mais valente dos animais, que não foge de nada, 31o galo bem empenado, ou o bode, e o rei na frente do seu povo. 32Se foste louco sem pensar, e depois pensaste, mão na boca: 33Apertas o leite e sai manteiga, apertas o nariz e sai sangue, apertas a ira e saem rixas!