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III. A pregação do Reino dos Céus

1. PARTE NARRATIVA: DEZ MILAGRES

8 Cura de um leproso 1Ao descer da montanha, seguiam-no multidões numerosas,

2quando de repente um leproso se aproximou e se prostrou diante dele, dizendo: “Senhor, se queres, tens poder para purificar- me”. 3Ele estendeu a mão e, tocando-o disse: “Eu quero, sê purificado”. E imediatamente ele ficou livre da sua lepra. 4Jesus lhe

disse: “Cuidado, não digas nada a ninguém, mas vai mostrar-te ao sacerdote e apresenta a oferta prescrita por Moisés, para que lhes sirva de prova”.

Cura do servo de um centurião 5Ao entrar em Cafarnaum, chegou-se a ele umcenturião que lhe implorava e dizia: 6“Senhor, o meu criado está deitado em casa paralítico, sofrendo dores atrozes”. 7Jesus lhe disse: “Eu irei curá-lo”. 8Mas o centurião respondeu-lhe: “Senhor, não sou digno de receber-te sob o meu teto; basta que digas uma palavra e o meu criado ficará são. 9Com efeito, também eu estou debaixo de ordens e tenho soldados sob o meu coroando, e quando digo a um ‘Vai!’, ele vai, e a outro ‘Vem!’, ele vem; e quando digo ao meu servo: ‘Faze isto’, ele o faz”. 10Ouvindo isso, Jesus ficou admirado e disse aos que o seguiam: “Em verdade vos digo que, em Israel, não achei ninguém que tivesse tal fé. 11Mas eu vos digo que virão muitos do oriente e do ocidente e se assentarão à mesa no Reino dos Céus, com Abraão, Isaac e Jacó,12enquanto os filhos do Reino” serão postos para fora, nas trevas, onde haverá choro e ranger de dentes”. 13Em seguida, disse ao centurião: “Vai! Como creste, assim te seja feito!” Naquela mesma hora o criado ficou são.

Cura da sogra de Pedro 14Entrando Jesus na casa de Pedro, viu a sogra deste, queestava de cama e com febre. 15Logo tocou-lhe a mão e a febre a deixou. Ela se levantou e pôs-se a servi-lo.

Diversas curas 16Ao entardecer, trouxeram-lhe muitos endemoninhados e ele, comuma palavra, expulsou os espíritos e curou todos os que estavam enfermos, 17a fim de se cumprir o que foi dito pelo profeta Isaías: Levou nossas enfermidades e carregou nossas doenças.

Exigências da vocação apostólica 18Vendo Jesus que estava cercado de grandesmultidões, ordenou que partissem para a outra margem do lago. 19Então chegou-se a ele um escriba e disse: “Mestre, eu te seguirei para onde quer que vás”. 20Ao que Jesus respondeu: “As raposas têm tocas e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça”. 21Outro dos discípulos lhe disse: “Senhor, permite-me ir primeiro enterrar meu pai”. 22Mas Jesus lhe respondeu: “Segue-me e deixa que os mortos enterrem seus mortos”.

A tempestade acalmada 23Depois disso, entrou no barco e os seus discípulos oseguiram. 24E, nisso, houve no mar uma grande agitação, de modo que o barco era varrido pelas ondas. Ele, entretanto, dormia. 25Os discípulos então chegaram-se a ele e o despertaram, dizendo: “Senhor, salva nos, estamos perecendo!” 26Disse-lhes ele: “Por que tendes medo, homens fracos na fé?” Depois, pondo-se de pé, conjurou severamente os ventos e o mar. E houve uma grande bonança. 27Os homens ficaram espantados e diziam: “Quem é este a quem até os ventos e o mar obedecem?”

Os endemoninhados gadarenos 28Ao chegar ao outro lado, ao país dos gadarenos,vieram ao seu encontro dois endemoninhados, saindo dos túmulos. Eram tão ferozes que ninguém podia passar por aquele caminho. 29E eis que se puseram a gritar: “Que queres de nós, Filho de Deus? Vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?”30Ora, a certa distância deles havia uma manada de porcos que estava pastando. 31Os demônios lhe imploravam, dizendo: “Se nos expulsas, manda-nos para a manada de porcos”. 32Jesus lhes disse: “Ide”. Eles, saindo, foram para os porcos e logo toda a manada se precipitou no mar, do alto de um precipício, e pereceu nas águas. 33Os que os

apascentavam fugiram e, dirigindo-se à cidade, contaram tudo o que acontecera, inclusive o caso dos endemoninhados. 34Diante disso, a cidade inteira saiu ao encontro de Jesus. Ao vê-lo, rogaram-lhe que se retirasse do seu território.