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2. DISCURSO APOSTÓLICO

10 A Missão dos Doze 1Chamou os doze discípulos” e deu-lhes autoridade deexpulsar os espíritos imundos e de curar toda a sorte de males e enfermidades. 1Estes são os nomes dos doze apóstolos: primeiro, Simão, também chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu ir mão; 3Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, o filho de Alfeu, e Tadeu; 4Simão, o Zelote, e Judas Iscariotes, aquele que o traiu. 5 Jesus enviou esses Doze com estas recomendações:”Não tomeis o caminho dos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos. 6Dirigi-vos, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel. 7Dirigindo- vos a elas, proclamai que o Reino dos Céus está próximo. 8Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça dai. 9Não leveis ouro, nem prata, nem cobre nos vossos cintos, 10nem alforje para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias, nem cajado, pois o operário é digno do seu sustento. 11Quando entrardes numa cidade ou num povoado, procurai saber de alguém que seja digno e permanecei ali até vos retirardes do lugar. 12Ao entrardes na casa, saudai-a. 13E se for digna, desça a vossa paz sobre ela. Se não for digna, volte a vós a vossa paz. 14Mas se alguém não vos recebe e não dá ouvidos às vossas palavras, saí daquela casa ou daquela cidade e sacudi o pó de vossos pés. 15Em verdade vos digo: no Dia do Julgamento haverá menos rigor para Sodoma e Gomorra do que para aquela cidade. 16Eis que eu vos envio como ovelhas entre lobos. Por isso, sede prudentes como as serpentes e sem malícia como as pombas.

Os missionários serão perseguidos 17Guardai-vos dos homens: eles vos entregarãoaos sinédrios e vos flagelarão em suas sinagogas. 18E, por causa de mim, sereis conduzidos à presença de governadores e de reis, para dar testemunho perante eles e perante as nações. 19Quando vos entregarem, não fiqueis preocupados em saber como ou o que haveis de falar. Naquele momento vos será indicado o que deveis falar, 20porque não sereis vós que estareis falando, mas o Espírito de vosso Pai é que falará em vós. 21O irmão entregará o irmão à morte e o pai entregará o filho. Os filhos se levantarão contra os pais e os farão morrer. 22E sereis odiados por todos por causa do meu nome. Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo. 23Quando vos

perseguirem numa cidade, fugi para outra. E se vos perseguirem nesta, tornai a fugir para uma terceira. Em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel até que venha o Filho do Homem. 24Não existe discípulo superior ao mestre, nem servo superior ao seu senhor. 25Basta que o discípulo se torne como o mestre e o servo como o seu senhor. Se chamaram Beelzebu ao chefe da casa, quanto mais chamarão assim aos seus familiares!

Falar abertamente e sem medo 26Não tenhais medo deles, portanto. Pois nada há deencoberto que não venha a ser descoberto, nem de oculto que não venha a ser revelado. 27O que vos digo às escuras, dizei-o à luz do dia: o que vos é dito aos ouvidos, proclamai-o sobre os telhados. 28Não temais os que matam o corpo, mas não podem matar a alma. Tomei antes aquele que pode destruir a alma e o corpo na geena. 29Não se vendem dois pardais por um asse? E, no entanto, nenhum deles cai em terra sem o consentimento do vosso Pai! 30Quanto a vós, até mesmo os vossos cabelos foram todos contados. 31Não tenhais medo, pois valeis mais do que muitos pardais. 32Todo aquele, portanto, que se declarar por mim diante dos homens, também eu me declararei por ele diante de meu Pai que está nos Céus. 33Aquele, porém, que me renegar diante dos homens, também o renegarei diante de meu Pai que está nos Céus.

Jesus, causa de divisões 34Não penseis que vim trazer paz à terra. Não vim trazerpaz, mas espada. 35Com efeito, vim contrapor o homem ao seu pai, a filha à sua mãe e anora à sua sogra. 36Em suma: os inimigos do homem serão os seus próprios familiares.

Renunciar a si mesmo para seguir a Jesus 37Aquele que ama pai ou mãe mais doque a mim não é digno de mim. E aquele que ama filho ou filha mais do que a mim não

  • digno de mim. 38Aquele que não toma a sua cruz e me segue não é digno de mim.

39Aquele que acha a sua vida, vai perdê-la, mas quem perde a sua vida por causa de mim, vai achá-la.

Conclusão do discurso apostólico 40Quem vos recebe, a mim me recebe, e quem merecebe, recebe ao que me enviou. 41Quem recebe um profeta na qualidade de profeta, receberá uma recompensa de profeta. E quem recebe um justo na qualidade de justo, receberá uma recompensa de justo. 42E quem der, nem que seja um copo d’água fria a um destes pequeninos, por ser meu discípulo, em verdade vos digo que não perderá sua recompensa. “

9 Cura de um paralítico 1E entrando em um barco, ele atravessou e foi para a suacidade. 2Aí lhe trouxeram um paralítico deitado numa cama. Jesus, vendo tão grande fé, disse ao paralítico: “Tem ânimo, meu filho; os teus pecados te são perdoados. ” 3Ao ver isso alguns dos escribas diziam consigo: “Está blasfemando”. 4Mas Jesus, conhecendo os seus pensamentos, disse: “Por que tendes esses maus pensamentos em vossos corações? 5Com efeito, que é mais fácil dizer ‘Teus pecados são perdoados’, ou dizer ‘Levanta-te e anda’? 6Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem poder na terra de perdoar pecados. . . ” disse então ao paralítico: “Levanta-te, toma tua cama e vai para casa”. 7Ele se levantou e foi para casa. 8Vendo o ocorrido, as multidões ficaram com medo e glorificaram a Deus, que deu tal poder aos homens.

Chamado de Mateus 9Indo adiante, viu Jesus um homem chamado Mateus, sentadona coletoria de impostos, e disse-lhe: “Segue-me”. Este, levantando-se, o seguiu.

Refeição com os pecadores 10Aconteceu que estando ele à mesa na casa, vierammuitos publicanos e pecadores e se assentaram à mesa com Jesus e seus discípulos. 11Os fariseus, vendo isso, perguntaram aos discípulos: “Por que come o vosso Mestre com os publicanos e os pecadores?” 12Ele, ao ouvir o que diziam, respondeu: “Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. 13Ide, pois, e aprendei o que significa: Misericórdia é que eu quero, e não sacrifício. Com efeito, eu não vim chamar justos, mas pecadores”.

Discussão sobre o jejum 14Por esse tempo, vieram procurá-lo os discípulos de Joãocom esta pergunta: “Por que razão nós e os fariseus jejuamos, enquanto os teus discípulos não jejuam?” 15Jesus respondeu-lhes: “Por acaso podem os amigos do noivo estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão, quando o noivo lhes será tirado; então, sim, jejuarão. 16Ninguém põe remendo de pano novo em roupa velha, porque o remendo repuxa a roupa e o rasgo torna-se maior. 17Nem se põe vinho novo em odres velhos; caso contrário, estouram os odres, o vinho se entorna e os odres ficam inutilizados. Antes, o vinho novo se põe em odres novos; assim ambos se conservam”.

Cura de uma hemorragia e ressurreição da filha de um chefe 18Enquanto Jesuslhes falava sobre essas coisas, veio um chefe e prostrou-se diante dele, dizendo: “Minha filha acaba de morrer. Mas vem, impõe-lhe a mão e ela viverá”. 19Levantando, Jesus o seguia, juntamente com os seus discípulos. 20Enquanto ia, certa mulher, que sofria de um fluxo de sangue fazia doze anos, aproximou-se dele por trás e tocou-lhe a orla da veste, 21pois dizia consigo: “Será bastante que eu toque a sua veste e ficarei curada”. 22Jesus, voltando-se e vendo-a, disse-lhe: “Ânimo, minha filha, a tua fé te salvou”. Desde aquele momento, a mulher foi salva. 23Jesus, ao entrar na casa do chefe e ver os flautistas e a multidão em alvoroço, disse: 24“Retirai-vos todos daqui, porque a menina não morreu: está dormindo”. E caçoavam dele. 25Mas, assim que a multidão foi removida para fora, ele entrou, tomou-a pela mão e ela se levantou. 26A notícia do que aconteceu espalhou-se por toda aquela região.

Cura de dois cegos 27Partindo Jesus dali, puseram-se a segui-lo dois cegos, quegritavam e diziam: “Filho de Davi, tem compaixão de nós!” 28Quando entrou em casa,

os cegos aproximaram-se dele. Jesus lhes perguntou: “Credes vós que tenho poder de fazer isso?” Eles responderam: “Sim, Senhor”. 29Então tocou-lhes os olhos e disse: “Seja feito segundo a vossa fé”. 30E os seus olhos se abriram. Jesus, porém, os admoestou com energia: “Cuidado, para que ninguém o saiba”. 31Mas eles, ao saírem dali, espalharam sua fama por toda aquela região.

Cura de um endemoninhado mudo 32Logo que saíram, eis que lhe trouxeram umendemoninhado mudo. 33Expulso o demônio, o mudo falou. A multidão ficou admirada e pôs-se a dizer: “Nunca se viu coisa semelhante em Israel!” 34Os fariseus, porém, diziam: “É pelo príncipe dos demônios que ele expulsa os demônios”.

Miséria da multidão 35Jesus percorria todas as cidades e povoados ensinando emsuas sinagogas e pregando o Evangelho do Reino, enquanto curava toda sorte de doenças e enfermidades. 36Ao ver a multidão teve compaixão dela, porque estava cansada e abatida como ovelhas sem pastor. Então disse aos seus discípulos: 37“A colheita é grande, mas poucos os operários! 38Pedi, pois, ao Senhor da colheita que envie operários para a sua colheita”.