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II. Livro da consolação de Israel

40 Anúncio da libertação 1“Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Deus,2falai aocoração de Jerusalém e dizei-lhe em alta voz que o seu serviço está cumprido, que a sua iniqüidade está expiada, que ela recebeu da mão de Iahweh paga dobrada por todos os seus pecados”. 3Uma voz clama: “No deserto, abri um caminho para Iahweh; na estepe, aplainai uma vereda para o nosso Deus. 4Seja entulhado todo vale, todo monte e toda colina sejam nivelados; transformem-se os lugares escarpados em planície, e as elevações, em largos vales. 5Então a glória de Iahweh há de revelar-se e toda carne, de uma só vez, o verá, pois a boca de Iahweh o afirmou”. 6Eis uma voz que diz: “Clama”, ao que pergunto: “Que hei de clamar?” — “Toda carne é erva e toda a sua graça como a flor do campo. 7Seca-se a erva e murcha-se a flor, quando o vento de Iahweh sopra sobre elas; (com efeito, o povo é erva) 8seca-se a erva, murcha-se a flor, mas a palavra do nosso Deus subsiste para sempre”. 9Sobe a um alto monte, mensageira de Sião; eleva a tua voz com vigor, mensageira de Jerusalém; eleva-a, não temas; dize às cidades de Judá: “Eis aqui o vosso Deus!” 10Eis aqui o Senhor Iahweh: ele vem com poder, o seu braço lhe assegura o domínio; eis com ele o seu salário, diante dele a sua recompensa. 11Como um pastor apascenta ele o seu rebanho, com o seu braço reúne os cordeiros, carrega-os no seu regaço, conduz carinhosamente as ovelhas que amamentam.

A grandeza divina

12Quem pôde medir as águas do mar na cavidade da sua mão? Quem conseguiu avaliar a extensão dos céus a palmos, medir o pó da terra com o alqueire e pesar os montes na balança e os outeiros nos seus pratos? 13Quem dirigiu o espírito de Iahweh ou, como conselheiro, o instruiu? 14Com quem se aconselhou para que o fizesse compreender, para que o instruísse na vereda da justiça, para que lhe ensinasse o conhecimento, para que o fizesse conhecer o caminho do entendimento? 15Para ele as nações não passam de uma gota que cai de um balde, são reputadas como o pó depositado nos pratos de uma balança. As ilhas pesam tanto como um grão de areia!16O Líbano não bastaria para o seu fogo, nem a sua fauna para um holocausto. 17Todas as nações são como nada diante dele, não passam de coisa vã e irreal. 18Que haveis de comparar a Deus? Que

semelhança podereis produzir dele? 19Um artífice funde uma imagem, um ourives a reveste de ouro, para ela funde cadeias de prata. 20Aquele que faz uma oferenda pobre escolhe uma madeira que não apodreça, busca um artífice perito, capaz de erigir uma imagem que não vacile. 21Não o sabeis? Não o ouvistes? Não vos foi anunciado desde o princípio? Não compreendestes os fundamentos da terra? 22Ele está entronizado sobre o círculo da terra, cujos habitantes são como gafanhotos; ele estende os céus como uma tela, abre-os como uma tenda que sirva de habitação. 23Ele reduz os príncipes a nada e faz dos juízes da terra uma coisa vã. 24Mal foram plantados, mal foram semeados, mal o seu tronco deita raízes, já o sopro de Deus cai sobre eles e eles se secam; a tempestade os leva como a palha. 25A quem me haveis de comparar? A quem me assemelharei?, pergunta o Santo. 26Elevai os olhos para o alto e vede: Quem criou estes astros? É ele que faz sair o seu exército em número certo e fixo; a todos chama pelo nome. Tal é o seu vigor, tão grande a sua força que nenhum deles deixa de apresentar-se. 27Por que dizes tu, Jacó, e por que afirmas, Israel: “O meu caminho está oculto a Iahweh; o meu direito passa despercebido a Deus?”28Pois não sabes? Por acaso não ouviste isto? Iahweh é um Deus eterno, criador das regiões mais remotas da terra. Ele não se cansa nem se fatiga, a sua inteligência é insondável. 29É ele que dá forças ao cansado, que prodigaliza vigor ao enfraquecido. 30Mesmo os jovens se cansam e se fatigam; até os moços vivem a tropeçar, 31mas os que põem a sua esperança em Iahweh renovam as suas forças, abrem asas como as águias, correm e não se fatigam, caminham e não se cansam.