4. ELOGIO DA SABEDORIA

28 A sabedoria é inacessível ao homem 1A prata tem as minas,o ouro, um lugar onde édepurado. 2O ferro extrai-se da terra, ao fundir-se a pedra, sai o bronze. 3Impõe-se um limite às trevas, sonda-se até o extremo limite a pedra escura e sombria.4Estrangeiros perfuram as grutas em lugares não freqüentados, e suspensos balançam longe dos homens. 5A terra, que produz o pão, por baixo é devorada pelo fogo. 6Suas pedras são jazidas de safiras, seus torrões encerram pepitas de ouro. 7Tais veredas não as conhece o abutre, nem as divisa o olho do falcão; 8não as percorrem as feras arrogantes, nem as atravessa o leão. 9O homem lança mão da pederneira, desarraiga as montanhas pela raiz. 10Na rocha abre galerias, o olhar atento a tudo o que é precioso. 11Explora as nascentes dos rios e traz à luz o que está oculto. 12Mas a Sabedoria, donde provém ela? Onde está o lugar da Inteligência? 13O homem não lhe conhece o caminho, nem se encontra na terra dos mortais. 14Diz o Abismo: “Não está em mim”: responde o Mar: “Não está comigo.” 15Não se compra com o ouro mais fino, nem se troca a peso de prata, 16não se paga com ouro de Ofir, com ônix precioso ou safiras. 17Não a igualam o ouro, nem o vidro, não se paga com vasos de ouro fino. 18Quanto ao coral e ao cristal, nem falar! É melhor pescar a Sabedoria do que as pérolas. 19Não se iguala ao topázio de Cuch, nem se compra com o ouro mais puro. 20Donde vem, pois, a Sabedoria? Onde está o lugar da Inteligência? 21Está oculta aos olhos dos mortais e até às aves do céu está escondida. 22A Perdição e a Morte confessam: “O rumor de sua fama chegou até nós.” 23Só Deus conhece o caminho para ela, só ele sabe o seu lugar.24(Pois contempla os limites do orbe

e vê quanto há debaixo do céu.) 25Quando assinalou seu peso ao vento e regulou a medida das águas, 26quando impôs uma lei à chuva e uma rota para o relâmpago e o trovão, 27ele a viu e avaliou, penetrou-a e examinou-a. 28E disse ao homem: “O temor do Senhor, eis a Sabedoria; fugir do mal, eis a Inteligência.”