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III. Apologia de Paulo

10 Resposta à acusação de fraqueza 1Eu mesmo, Paulo, vos exorto pela mansidão epela bondade de Cristo — eu tão humilde quando estou entre vós face a face, mas tão ousado quando estou longe. 2Rogo-vos, não me obrigueis, quando estiver presente, a mostrar-me ousado, recorrendo à audácia com que tenciono agir contra aqueles que nos julgam como se nos comportássemos segundo critérios carnais. 3Embora vivamos na carne, não militamos segundo a carne. 4Na verdade, as armas com que combatemos não são carnais, mas têm, ao serviço de Deus, o poder de destruir fortalezas. Destruímos os raciocínios presunçosos 5e todo poder altivo que se levanta contra o conhecimento de Deus. Tornamos cativo todo pensamento para levá-lo a obedecer a Cristo, 6e estamos prontos a punir toda desobediência desde que a vossa obediência seja perfeita. 7Olhai as coisas frente a frente. Se alguém está convicto de pertencer a Cristo, tome consciência uma vez por todas de que, assim como ele pertence a Cristo, nós também lhe pertencemos. 8E ainda que eu me gloriasse um pouco mais do poder que Deus nos deu para a vossa edificação, e não para a vossa destruição, eu não me envergonharia por isso. 9Não quero dar a impressão de incutir-vos medo por minhas cartas, 10“pois as cartas, dizem, são severas e enérgicas, mas ele, uma vez presente, é um homem fraco e a sua linguagem é desprezível”. 11Quem assim fala tome consciência de que tais como somos pela linguagem e por cartas quando estamos ausentes, tais seremos por nossos atos quanto estivermos presentes.

Resposta à acusação de ambição 12Não temos a ousadia de nos igualar ou de noscomparar a alguns que recomendam a si mesmos. Medindo-se a si mesmos segundo a sua medida e comparando-se a si mesmos, tornam- se insensatos. 13Quanto a nós, não nos gloriaremos além da justa medida, mas nos serviremos, como medida, da regra mesma que Deus nos assinalou: a de termos chegado até vós. 14Não nos estendemos indevidamente, como seria o caso se não tivéssemos chegado até vós, pois, na verdade, fomos ter convosco anunciando-vos o evangelho de Cristo. 15Não nos gloriamos desmedidamente, apoiados em trabalhos alheios; e temos a esperança de que com o progresso da vossa fé, cresceremos mais e mais segundo a nossa regra, 16levando mesmo o evangelho para além dos limites de vossa região, sem, porém, entrar em campo alheio para nos gloriarmos de trabalhos lá realizados por outros. 17Quem se gloria, glorie-se no Senhor. 18Pois não aquele que recomenda a si mesmo é aprovado, mas aquele que Deus recomenda.