III. A ressurreição dos mortos
15 O fato da ressurreição —1Lembro-vos, irmãos, o evangelho que vos anunciei, querecebestes, no qual permaneceis firmes, 2e pelo qual sois salvos, se o guardais como vo-lo anunciei; doutro modo, teríeis acreditado em vão. 3Transmiti-vos, em primeiro lugar, aquilo que eu mesmo recebi: Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras. 4Foi sepultado, ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras .5Apareceu a Cefas, e depois aos Doze. 6Em seguida, apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma vez, a maioria dos quais ainda vive, enquanto alguns já adormeceram. 7Posteriormente, apareceu a Tiago, e, depois, a todos os apóstolos. 8Em último lugar, apareceu também a mim como a um abortivo. 9Pois sou o menor dos apóstolos, nem sou digno de ser chamado apóstolo, porque persegui a Igreja de Deus. 10Mas pela graça de Deus sou o que sou: e sua graça a mim dispensada não foi estéril. Ao contrário, trabalhei mais do que todos eles; não eu, mas a graça de Deus que está comigo. 11Por conseguinte, tanto eu como eles, eis o que pregamos. Eis também o que acreditastes. 12Ora, se se prega que Cristo ressuscitou dos mortos, como podem alguns dentre vós dizer que não há ressurreição dos mortos? 13Se não há ressurreição dos mortos, também Cristo não ressuscitou. 14E, se Cristo não ressuscitou, vazia é a nossa pregação, vazia também é a
vossa fé.15Acontece mesmo que somos falsas testemunhas de Deus, pois atestamos contra Deus que ele ressuscitou a Cristo, quando de fato não ressuscitou, se é que os mortos não ressuscitam. 16Pois, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. 17E, se Cristo não ressuscitou, ilusória é a vossa fé; ainda estais nos vossos pecados. 18Por conseguinte, aqueles que adormeceram em Cristo estão perdidos. 19Se temos esperança em Cristo tão-somente para esta vida, somos os mais dignos de compaixão de todos os homens. 20Mas não! Cristo ressuscitou dos mortos, primícias dos que adormeceram. 21Com efeito, visto que a morte veio por um homem, também por um homem vem a ressurreição dos mortos. 22Pois, assim como todos morrem em Adão, em Cristo todos receberão a vida. 23Cada um, porém, em sua ordem: como primícias, Cristo; depois, aqueles que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda. 24A seguir haverá o fim, quando ele entregar o reino a Deus Pai, depois de ter destruído todo Principado, toda Autoridade, todo Poder. 25Pois é preciso que ele reine, até que tenha posto todos os seus inimigos debaixo dos seus pés. 26O último inimigo a ser destruídoserá a Morte, 27pois ele tudo colocou debaixo dos pés dele. Mas, quando ele disser: “Tudo está submetido”, evidentemente excluir-se-á aquele que tudo lhe submeteu. 28E, quando todas as coisas lhe tiverem sido submetidas, então o próprio Filho se submeterá àquele que tudo lhe submeteu, para que Deus seja tudo em todos. 29Se não fosse assim, que proveito teriam aqueles que se fazem batizar em favor dos mortos? Se os mortos realmente não ressuscitam, por que se fazem batizar em favor deles? 30E nós mesmos, por que a todo momento nos expomos ao perigo? 31Diariamente estou exposto à morte, tão certo, irmãos, quanto vós sois a minha glória em Jesus Cristo nosso Senhor. 32De que me teria adiantado lutar contra os animais em Éfeso, se eu tivesse apenas interesses humanos? Se os mortos não ressuscitam, comamos e bebamos, pois amanhã morreremos.33Não vos deixeis iludir: “As más companhias corrompem os bonscostumes”. 34Tornai-vos sóbrios, como é necessário, e não pequeis! Pois alguns dentre vós tudo ignoram a respeito de Deus. Digo-o para a vossa vergonha.
O modo da ressurreição —35Mas, dirá alguém, como ressuscitam os mortos? Com quecorpo voltam? 36Insensato! O que semeias não readquire vida a não ser que morra. 37E o que semeias não é o corpo da futura planta que deve nascer, mas um simples grão de trigo ou de qualquer outra espécie. 38A seguir, Deus lhe dá corpo como quer; a cada uma das sementes ele dá o corpo que lhe é próprio. 39Nenhuma carne é igual às outras, mas uma é a carne dos homens, outra a carne dos quadrúpedes, outra a dos pássaros, outra a dos peixes. 40Há corpos celestes e há corpos terrestres. São, porém, diversos o brilho dos celestes e o brilho dos terrestres. 41Um é o brilho do sol, outro o brilho da lua, e outro o brilho das estrelas. E até de estrela para estrela há diferença de brilho. 42O mesmo se dá com a ressurreição dos mortos; semeado corruptível, o corpo ressuscita incorruptível; 43semeado desprezível, ressuscita reluzente de glória; semeado na fraqueza, ressuscita cheio de força; 44semeado corpo psíquico, ressuscita corpo espiritual. Se há um corpo psíquico, há também um corpo espiritual.45Assim está escrito: o primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente; o último Adão tornou-se espírito que dá a vida. 46Primeiro foi feito não o que é espiritual, mas o que é psíquico; o que é espiritual vem depois. 47O primeiro homem, tirado da terra, é terrestre. O segundo homem vem do céu. 48Qual foi o homem terrestre, tais são também os terrestres. Qual foi o homem celeste, tais serão os celestes. 49E, assim como trouxemos a imagem do homem terrestre, assim também traremos a imagem do homem celeste.50Digo-vos, irmãos: a carne e o sangue não podem herdar o Reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorruptibilidade. 51Eis que vos dou a conhecer um mistério: nem todos morreremos, mas todos seremos transformados, 52num instante, num abrir e fechar de olhos, ao som
da trombeta final; sim, a trombeta tocará, e os mortos ressurgirão incorruptíveis, e nós seremos transformados. 53Com efeito, é necessário que este ser corruptível revista a incorruptibilidade e que este ser mortal revista a imortalidade.
Hino triunfal e conclusão —54Quando, pois, este ser corruptível tiver revestido aincorruptibilidade e este ser mortal tiver revestido e imortalidade, então cumprir-se-á a palavra da Escritura: A morte foi absorvida na vitória. 55Morte, onde está a tua vitória? Morte, onde está o teu aguilhão?
56O aguilhão da morte é o pecado e a força do pecado é a Lei. 57Graças se rendam a Deus, que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo! 58Assim, irmãos bem-amados, sede firmes, inabaláveis, fazei incessantes progressos na obra do Senhor, cientes de que a vossa fadiga não é vã no Senhor.