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3 1Então disse-me: “Filho do homem, come o que tens diante de ti, come este rolo e vaifalar com a casa de Israel”. 2Abri a boca e ele me deu o rolo para comer. 3Em seguida, disse-me: “Filho do homem, ingere este rolo que te estou dando e sacia-te com ele”. Eu o comi. Na boca parecia-me doce como o mel. 4Então me disse: “Filho do homem, dirige-te à casa de Israel e transmite-lhe as minhas palavras. 5Não é a um povo de falar ininteligível ou de língua difícil que és enviado, mas à casa de Israel, 6não a uma porção de povos de falar ininteligível ou de língua difícil, cujas palavras não entenderias — se te enviasse a estes, eles te escutariam —, 7mas a casa de Israel não quer escutar-te, porque não quer escutar a mim. Com efeito, toda a casa de Israel tem a nuca inflexível e o coração empedernido. 8Mas eu tornarei a tua face tão inflexível como a deles e a tua fronte tão inflexível como a sua. 9Farei a tua fronte semelhante ao diamante que é mais duro do que uma rocha. Não tenhas medo deles, nem te apavores diante deles, pois são uma casa de rebeldes”. 10Em seguida disse-me: “Filho do homem, tudo quanto eu te disser, recolhe-o no teu coração, ouve-o com toda atenção, 11e dirige-te aos exilados, aos filhos do teu povo e lhes dirás: ‘Assim diz o Senhor Iahweh’, quer ouçam, quer deixem de ouvir.” 12O espírito ergueu-me, enquanto eu ouvia um ruído, um ribombar tremendo atrás de mim, o qual dizia: “Bendita seja a Glória de Iahweh desde a sua morada!” 13Era o ruído das asas dos animais que se tocavam umas nas outras e o ruído das rodas que ficavam ao lado deles, o ruído de um ribombar tremendo. 14O espírito ergueu-me e me levou; eu fui, mas amargurado, com o espírito em fogo, enquanto a mão de Iahweh pesava sobre mim. 15Cheguei aos exilados de Tel Abib, que habitavam junto ao rio Cobar — era aí que eles estavam — e demorei ali por sete dias, consternado, no meio deles.

O profeta como espia 16Ora, no fim dos sete dias, a palavra de Iahweh foi-medirigida nestes termos: 17“Filho do homem, eu te constituí atalaia para a casa de Israel. Quando ouvires uma palavra da minha boca, adverti-los-ás de minha parte. 18Se digo ao ímpio: ‘Tu hás de morrer’ e tu não o advertires, se não lhe falares a fim de desviá-lo do seu caminho mau, para que viva, ele morrerá, mas o seu sangue, requerê-lo-ei da tua mão. 19Por outro lado, se tu advertires o ímpio, mas ele não se arrepender do seu caminho mau, morrerá na sua iniqüidade, mas tu terás salvo a tua vida. 20Também se o justo se afastar da sua justiça, praticando a injustiça, e eu puser um tropeço diante dele e

ele vier a morrer, porque não o advertiste, morrerá certamente em virtude do seu pecado e a justiça que praticou antes já não será lembrada, mas o seu sangue eu o requererei da tua mão. 21Por fim, se tu advertiste o justo para que não pecasse e ele não pecou, viverá porque deu ouvidos à advertência e tu terás salvo a tua Vida.”

I. Antes do cerco de Jerusalém

Ezequiel privado da palavra 22Ali mesmo veio sobre mim a mão de Iahweh, e eleme disse: “Levanta-te, vai para o vale e ali falarei contigo”. 23Levantei-me e saí para o vale e eis que ali estava a Glória de Iahweh semelhante à Glória que eu vira junto ao rio Cobar. Prostrei-me com o rosto em terra. 24Então o espírito entrou em mim e me pôs de pé; falou-me e disse: “Vai, tranca-te em tua casa, 25porque a ti te imporão cordas, filho do homem, e te atarão, de modo que não possas sair para o meio deles. 26Pregarei a tua língua ao teu palato, ficarás mudo e não poderás servir-lhes de repreensão, pois são uma casa de rebeldes. 27Mas, quando eu falar contigo e abrir a tua boca, então lhes dirás: Assim diz o Senhor Iahweh: Quem quiser ouvir ouça, mas quem não quiser ouvir não ouça, pois são uma casa de rebeldes”.