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Freqüentar seus semelhantes

131O que toca no piche sujar-se-á, o que convive com o orgulhoso ficará como ele.2Peso demasiado grande para ti, não o pegues, não convivas com um mais forte e mais rico do que tu. Que tem em comum a panela de barro com a panela de ferro? Esta esbarrará naquela e ela se quebrará.3O rico comete uma injustiça e ainda se mostra altivo; o pobre é injustiçado e ainda precisa desculpar-se. 4Se és útil para ele, servir-se-á de ti; se não tiveres mais recursos, abandonar-te-á. 5Se tiveres alguma coisa, ele conviverá contigo e despojar-te-á sem compaixão. 6Enquanto precisar de ti, enganar-te-á, sorrir-te-á e dar-te-á esperanças, dirigir-te-á belas palavras e dirá: “O que desejas?” 7Humilhar-te-á em seus banquetes até despojar-te por duas ou três vezes, por fim rir-se- à de ti. Depois disso, vendo-te, passará adiante e sacudirá a cabeça por tua causa. 8Cuida-te para não seres enganado, para não seres humilhado em tua tolice.9Quando um grande te convidar, esquiva-te, e ele te convidará com maior insistência. 10Não te precipites e não serás afastado, mas não te afastes muito para não seres esquecido. 11Não te dirijas a ele de igual para igual, não fies em sua eloqüência. Porque, com seu palavreado, provar-te-á; rindo, sondar-te-á. 12O ímpio não conserva em segredo as tuas palavras, não te poupará maus tratos e nem correntes. 13Cuida-te e presta bem atenção, pois caminhas com a tua ruína. 15Todo ser vivo ama o seu semelhante e todo homem, o seu próximo. 16Todo animal se une com os de sua espécie, o homem se associa ao seu semelhante. 17O que pode haver de comum entre o lobo e o cordeiro? O mesmo acontece entre o pecador e o piedoso. 18Que paz pode haver entre a hiena e o cão?Que paz pode haver entre o rico e o pobre?19A caça dos leões são os asnos selvagens, assim a presa dos ricos são os pobres. 20Para o orgulhoso a humildade é humilhação; assim, para o rico, o pobre é detestável. 21Quando um rico dá um passo em falso, seus amigos o sustentam; porém, quando o pobre cai, seus amigos o rejeitam. 22Quando um rico vacila, são muitos os que o socorrem, ele diz tolices e o aprovam. Quando o pobre vacila, censuram-no, ele diz coisas sábias e não há lugar para ele. 23Quando o rico fala, todos se calam e elevam até às nuvens a sua palavra. Quando o pobre fala, dizem: “Quem é este?”, e se tropeça, fazem-no cair. 24A riqueza é boa quando nela não há pecado, a pobreza é má na boca do ímpio. 25O coração do homem modela o seu rosto tanto para o bem como para o mal. 26Um rosto alegre é vestígio de um coração satisfeito. A invenção de máximas é um trabalho penoso.