Ofício das Leituras
V. Vinde, ó Deus, em meu auxílio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Aleluia.
Hino
Do supremo Rei na corte
sois ministros, que Jesus
instruiu e fez Apóstolos,
sal da terra e sua luz.
A feliz Jerusalém,
cuja lâmpada é o Cordeiro,
vos possui, quais joias raras,
fundamento verdadeiro.
A Igreja vos celebra
como esposa do Senhor.
Vossa voz a trouxe à vida,
vosso sangue a consagrou.
Quando os tempos terminarem
e o Juiz vier julgar,
sobre tronos gloriosos
havereis de vos sentar.
Sem cessar, a vossa prece
nos dê força e proteção.
Das sementes que espalhastes
brote a flor e nasça o grão.
Glória a Cristo, que de vós
fez do Pai os enviados,
e vos deu o seu Espírito,
por quem fostes consagrados.
Salmodia
Ant. 1 Em toda a terra se espalha o seu anúncio,
e sua voz pelos confins do universo. Aleluia.
Salmo 18 (19)A
–2 Os céus proclamam a glória do Senhor, *
e o firmamento, a obra de suas mãos;
–3 o dia ao dia transmite esta mensagem, *
a noite à noite publica esta notícia.
–4 Não são discursos nem frases ou palavras, *
nem são vozes que possam ser ouvidas;
–5 seu som ressoa e se espalha em toda a terra, *
chega aos confins do universo a sua voz.
–6 Armou no alto uma tenda para o sol; *
ele desponta no céu e se levanta
– como um esposo do quarto nupcial, *
como um herói exultante em seu caminho.
–7 De um extremo do céu põe-se a correr *
e vai traçando o seu rastro luminoso,
– até que possa chegar ao outro extremo, *
e nada pode fugir ao seu calor.
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. A glória de Deus ilumina a santa Cidade celeste:
sua luz é o Cordeiro. Aleluia.
Ant. 2 Proclamaram as obras de Deus
e entenderam seus grandes prodígios. Aleluia.
Salmo 63(64)
– 2Ó Deus, ouvi a minha voz, o meu lamento! *
salvai-me a vida do inimigo aterrador!
– 3Protegei-me das intrigas dos perversos *
e do tumulto dos obreiros da maldade!
– 4Eles afiam suas línguas como espadas, *
lançam palavras venenosas como flechas,
– 5para ferir os inocentes às ocultas *
e atingi-los de repente, sem temor.
– 6Uns aos outros se encorajam para o mal *
e combinam às ocultas, traiçoeiros,
– onde pôr as armadilhas preparadas, *
comentando entre si: ‘Quem nos verá?’
– 7Eles tramam e disfarçam os seus crimes. *
É um abismo o coração de cada homem!
– 8Deus, porém, os ferirá com suas flechas, *
e cairão todos feridos, de repente.
– 9Sua língua os levará à perdição, *
e quem os vir meneará sua cabeça;
– 10com temor proclamará a ação de Deus, *
e tirará uma lição de sua obra.
=11O homem justo há de alegrar-se no Senhor †
e junto dele encontrará o seu refúgio,*
e os de reto coração triunfarão.
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. 2 Proclamaram as obras de Deus
e entenderam seus grandes prodígios. Aleluia.
Ant. 3 Anunciaram a justiça do Senhor,
todos os povos podem ver a sua glória. Aleluia.
Salmo 96(97)
–1 Deus é Rei! Exulte a terra de alegria, *
e as ilhas numerosas rejubilem!
–2 Treva e nuvem o rodeiam no seu trono, *
que se apóia na justiça e no direito.
–3 Vai um fogo caminhando à sua frente *
e devora ao redor seus inimigos.
–4 Seus relâmpagos clareiam toda a terra; *
toda a terra ao contemplá-los estremece.
–5 As montanhas se derretem como cera *
ante a face do Senhor de toda a terra;
–6 e assim proclama o céu sua justiça, *
todos os povos podem ver a sua glória.
=7 ‘Os que adoram as estátuas se envergonhem †
e os que põem a sua glória nos seus ídolos; *
aos pés de Deus vêm se prostrar todos os deuses!’
=8 Sião escuta transbordante de alegria, †
e exultam as cidades de Judá, *
porque são justos, ó Senhor, vossos juízos!
=9 Porque vós sois o Altíssimo, Senhor, †
muito acima do universo que criastes, *
e de muito superais todos os deuses.
=10 O Senhor ama os que detestam a maldade, †
ele protege seus fiéis e suas vidas, *
e da mão dos pecadores os liberta.
–11 Uma luz já se levanta para os justos, *
e a alegria, para os retos corações.
–12 Homens justos, alegrai-vos no Senhor, *
celebrai e bendizei seu santo nome!
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. 3 Anunciaram a justiça do Senhor,
todos os povos podem ver a sua glória. Aleluia.
V. Eles contaram as grandezas do Senhor e seu poder.
R. E as suas maravilhas que por nós realizou.
Primeira leitura
Da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios 4,1-16
Sejamos imitadores do Apóstolo, como ele o foi de Cristo
Irmãos: 1Que todo o mundo nos considere como servidores de Cristo e administradores dos mistérios de Deus. 2A este respeito, o que se exige dos administradores é que sejam fiéis. 3Quanto a mim, pouco me importa ser julgado por vós ou por algum tribunal humano. Nem eu me julgo a mim mesmo. 4É verdade que a minha consciência não me acusa de nada. Mas não é por isso que eu poso ser considerado justo. 5Quem me julga é o Senhor. Portanto, não queirais julgar antes do tempo. Aguardai que o Senhor venha. Ele iluminará o que estiver escondido nas trevas e manifestará os projetos dos corações. Então, cada um receberá de Deus o louvor que tiver merecido.
6Irmãos, apliquei essa doutrina a mim e a Apolo, por causa de vós, para que o nosso exemplo vos ensine a não vos inchar de orgulho, tomando o partido de um contra outro, e a “não ir além daquilo que está escrito”. 7Com efeito, quem é que te faz melhor que os outros? O que tens que não tenhas recebido? Mas, se recebeste tudo que tens, por que, então, te glorias, como se não o tivesses recebido?
8Vós já estais saciados! Já vos enriquecestes! Sem nós, já começastes a reinar! Oxalá estivésseis mesmo reinando, para nós também reinarmos convosco! 9Na verdade, parece-me que Deus nos apresentou, a nós apóstolos, em último lugar, como pessoas condenadas à morte. Tornamo-nos um espetáculo para o mundo, para os anjos e os homens. 10Nós somos os tolos por causa de Cristo, vós, porém, os sábios nas coisas de Cristo. Nós somos os fracos; vós, os fortes. Vós sois tratados com toda a estima e atenção, e nós, com todo o desprezo. 11Até à presente hora, padecemos fome, sede e nudez; somos esbofeteados e vivemos errantes; 12fadigamo-nos, trabalhando com as nossas mãos; somos injuriados, e abençoamos; somos perseguidos, e suportamos; 13somos caluniados, e exortamos. Tornamo-nos como que o lixo do mundo, a escória do universo, até ao presente.
14Escrevo-vos tudo isto, não com a intenção de vos envergonhar, mas para vos admoestar como meus filhos queridos.15De fato, mesmo que tivésseis dez mil educadores na vida em Cristo, não tendes muitos pais. Pois fui eu que, pelo anúncio do Evangelho, vos gerei em Jesus Cristo. 16Portanto, eu vos peço, sede meus imitadores.
Responsório Jo 15,15; Mt 13,11.16
R. Não vos chamo mais meus servos,
mas vos chamo meus amigos,
* Pois vos dei a conhecer tudo quanto ouvi do Pai.
V. A vós foi concedido conhecer
os mistérios do reino dos céus;
felizes vossos olhos porque vêem,
felizes os ouvidos porque ouvem. * Pois vos dei.
Segunda leitura
Das Homilias sobre os Evangelhos, de São Gregório Magno, papa.
(Hom. 25,7-9:PL76,1201-1202) (Séc.VI)
Meu Senhor e meu Deus !
Tomé, chamado Dídimo, que era um dos doze, não estava com eles quando Jesus veio (Jo 20,24). Era o único discípulo que estava ausente. Ao voltar, ouviu o que acontecera, mas negou-se a acreditar. Veio de novo o Senhor, e mostrou seu lado ao discípulo incrédulo para que o pudesse apalpar; mostrou-lhe as mãos e, mostrando-lhe também a cicatriz de suas chagas, curou a chaga daquela falta de fé. Que pensais, irmãos caríssimos, de tudo isto? Pensais ter acontecido por acaso que aquele discípulo estivesse ausente naquela ocasião, que, ao voltar, ouvisse contar, que, ao ouvir, duvidasse, que, ao duvidar, apalpasse, e que, ao apalpar, acreditasse?
Nada disso aconteceu por acaso, mas por disposição da providência divina. A clemência do alto agiu de modo admirável a fim de que, ao apalpar as chagas do corpo de seu mestre, aquele discípulo que duvidara curasse as chagas da nossa falta de fé. A incredulidade de Tomé foi mais proveitosa para a nossa fé do que a fé dos discípulos que acreditaram logo. Pois, enquanto ele é reconduzido à fé porque pôde apalpar, o nosso espírito, pondo de lado toda dúvida, confirma-se na fé. Deste modo, o discípulo que duvidou e apalpou tornou-se testemunha da verdade da ressurreição.
Tomé apalpou e exclamou: Meu Senhor e meu Deus! Jesus lhe disse: Acreditaste, porque me viste? (Jo 20,28-29). Ora, como diz o apóstolo Paulo: A fé é um modo de já possuir o que ainda se espera, a convicção acerca de realidades que não se vêem (Hb 11,1). Logo, está claro que a fé é a prova daquelas realidades que não podem ser vistas. De fato, as coisas que podemos ver não são objeto de fé, e sim de conhecimento direto. Então, se Tomé viu e apalpou, por qual razão o Senhor lhe disse: Acreditaste, porque me viste? É que ele viu uma coisa e acreditou noutra. A divindade não podia ser vista por um mortal. Ele viu a humanidade de Jesus e proclamou a fé na sua divindade, exclamando: Meu Senhor e meu Deus! Por conseguinte, tendo visto, acreditou. Vendo um verdadeiro homem, proclamou que ele era Deus, a quem não podia ver.
Alegra-nos imensamente o que vem a seguir: Bem-aventurados os que creram sem ter visto (Jo 20,29). Não resta dúvida de que esta frase se refere especialmente a nós. Pois não vimos o Senhor em sua humanidade, mas o possuímos em nosso espírito. É a nós que ela se refere, desde que as obras acompanhem nossa fé. Com efeito, quem crê verdadeiramente, realiza por suas ações a fé que professa. Mas, pelo contrário, a respeito daqueles que têm fé apenas de boca, eis o que diz São Paulo: Fazem profissão de conhecer a Deus, mas negam-no com a sua prática (Tt 1,16). É o que leva também São Tiago a afirmar:A fé, sem obras, é morta (Tg 2,26).
Responsório 1Jo 1,2.1.3a
R. A vida revelou-se e nós a temos visto
e dela damos testemunho.
* A vida eterna anunciamos,
que estava junto ao Pai e a nós se revelou.
V. O que viram nossos olhos e apalparam nossas mãos
com respeito à Palavra, a Palavra, que é a vida,
o que vimos e ouvimos a vós anunciamos.
* A vida eterna.
HINO TE DEUM (A VÓS, Ó DEUS, LOUVAMOS)
A vós, ó Deus, louvamos,
a vós, Senhor, cantamos.
A vós, Eterno Pai,
adora toda a terra.
A vós cantam os anjos,
os céus e seus poderes:
Sois Santo, Santo, Santo,
Senhor, Deus do universo!
Proclamam céus e terra
a vossa imensa glória.
A vós celebra o coro
glorioso dos Apóstolos,
Vos louva dos Profetas
a nobre multidão
e o luminoso exército
dos vossos santos Mártires.
A vós por toda a terra
proclama a Santa Igreja,
ó Pai onipotente,
de imensa majestade,
e adora juntamente
o vosso Filho único,
Deus vivo e verdadeiro,
e ao vosso Santo Espírito.
Ó Cristo, Rei da glória,
do Pai eterno Filho,
nascestes duma Virgem,
a fim de nos salvar.
Sofrendo vós a morte,
da morte triunfastes
abrindo aos que têm fé
dos céus o reino eterno.
Sentastes à direita
de Deus, do Pai na glória.
Nós cremos que de nov
vireis como juiz.
Portanto, vos pedimos:
salvai os vossos servos,
que vós, Senhor, remistes
com sangue precioso.
Fazei-nos ser contados,
Senhor, vos suplicamos,
em meio a vossos santos
na vossa eterna glória.
(A parte que se segue pode ser omitida, se for oportuno).
Salvai o vosso povo.
Senhor, abençoai-o.
Regei-nos e guardai-nos
até a vida eterna.
Senhor, em cada dia,
fiéis, vos bendizemos,
louvamos vosso nome
agora e pelos séculos.
Dignai-vos, neste dia,
guardar-nos do pecado.
Senhor, tende piedade
de nós, que a vós clamamos.
Que desça sobre nós,
Senhor, a vossa graça,
porque em vós pusemos
a nossa confiança.
Fazei que eu, para sempre,
não seja envergonhado:
Em vós, Senhor, confio,
sois vós minha esperança!
Oração
Deus todo-poderoso, concedei-nos celebrar com alegria a festa do apóstolo São Tomé, para que sejamos sempre sustentados por sua proteção e tenhamos a vida pela fé no Cristo que ele reconheceu como Senhor. Que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.